Dapagliflozina: características, padrão de referência, impurezas e técnicas analíticas

dapagliflozina

A dapagliflozina é um fármaco antidiabético pertencente à classe dos inibidores do cotransportador de sódio-glicose tipo 2 (SGLT2). Seu mecanismo de ação baseia-se na inibição desse transportador nos túbulos proximais dos rins, promovendo a excreção urinária de glicose e, consequentemente, reduzindo os níveis glicêmicos. 

Além disso, apresenta benefícios cardiovasculares e renais, tornando-se uma opção terapêutica relevante para pacientes com diabetes tipo 2 e doença renal crônica. Estudos demonstram que, além da redução da glicose plasmática, a dapagliflozina auxilia na redução da pressão arterial e na perda de peso, o que pode ser vantajoso para pacientes com síndrome metabólica.

Características da dapagliflozina

Quimicamente, a dapagliflozina possui a fórmula molecular C21H25ClO6 e massa molecular de aproximadamente 408,88 g/mol. É um composto lipofílico, caracterizado por baixa solubilidade em água, o que influencia sua absorção e biodisponibilidade. 

Sua estrutura inclui um anel aromático e grupos hidroxila, os quais contribuem para sua interação com o transportador SGLT2. A complexidade estrutural dessa molécula exige técnicas analíticas robustas para controle de qualidade, monitoramento plasmático e avaliação de impurezas.

Métodos analíticos utilizados para a dapagliflozina

Os métodos analíticos utilizados para a dapagliflozina incluem principalmente a cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), a cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas (LC-MS/MS), a espectrofotometria UV-Vis e a voltametria. 

O HPLC é amplamente empregado na quantificação do fármaco em formulações farmacêuticas e amostras biológicas, utilizando colunas C18 e fases móveis contendo solventes orgânicos e tampões aquosos para otimização da resolução cromatográfica. 

A detecção é frequentemente realizada por espectrofotometria UV, com comprimento de onda próximo a 220-230 nm. O LC-MS/MS, por sua vez, apresenta alta seletividade e sensibilidade, sendo indicado para quantificação em amostras biológicas, como plasma e urina, por meio de ionização por eletrospray (ESI) e analisadores de massas do tipo triplo quadrupolo. Essa técnica é altamente eficaz na identificação de metabólitos da dapagliflozina, auxiliando estudos farmacocinéticos. 

A espectrofotometria UV-Vis, embora menos seletiva que os métodos cromatográficos, é um método rápido e acessível para determinação quantitativa em formulações farmacêuticas. 

A voltametria também tem sido estudada como alternativa para a detecção eletroquímica da dapagliflozina, utilizando eletrodos modificados que interagem com o fármaco e geram respostas analíticas sensíveis e seletivas.

Padrão de referência da dapagliflozina

Para garantir a precisão das análises, é fundamental o uso de padrões de referência certificados e de alta pureza. Entre eles, destacam-se os padrões de referência farmacopeicos, disponibilizados por farmacopeias como a USP e a EP, empregados na calibração de métodos e na verificação da pureza do fármaco. 

Além disso, padrões secundários são utilizados em laboratórios para comparação com os padrões farmacopeicos. Padrões de impurezas também são essenciais para estudos de estabilidade e validação dos métodos analíticos, permitindo a detecção de compostos potencialmente prejudiciais. A correta seleção de padrões permite uma análise confiável e precisa do fármaco, sendo um fator crítico na garantia da qualidade do medicamento.

Impurezas da dapagliflozina

As impurezas da dapagliflozina podem ser classificadas como impurezas de processo, produtos de degradação e metabólitos. As impurezas de processo resultam de subprodutos gerados durante a síntese química do fármaco, podendo incluir derivados halogenados e intermediários sintéticos. 

Os produtos de degradação surgem quando o fármaco é exposto a fatores como luz, calor e umidade, sendo fundamentais os testes de degradação forçada para identificação dessas impurezas, as quais podem incluir compostos oxidados ou produtos resultantes da hidrólise da dapagliflozina. 

Os metabólitos, por sua vez, são formados durante a metabolização hepática do fármaco, sendo os principais deles conjugados glucuronidados, frequentemente monitorados em estudos farmacocinéticos.

Dessa forma, a dapagliflozina se destaca como um fármaco de grande importância no tratamento do diabetes tipo 2 e na proteção da função renal e cardiovascular. Seu controle de qualidade depende de técnicas analíticas precisas, que garantem a segurança e eficácia do medicamento. 

O monitoramento de impurezas e metabólitos, aliado ao uso de padrões certificados, assegura a conformidade com as normas regulatórias, garantindo um produto seguro e eficaz para os pacientes. 

Assim, o aprofundamento no conhecimento das metodologias analíticas e das impurezas da dapagliflozina contribui para o avanço da pesquisa farmacêutica e para a melhoria da qualidade dos medicamentos disponíveis no mercado. 

O desenvolvimento de novos métodos para detecção de impurezas e aprimoramento das formulações pode contribuir significativamente para o futuro da terapêutica baseada nos inibidores de SGLT2, permitindo avanços no tratamento de doenças metabólicas e cardiovasculares.

A Modum Tech e sua parceira Clearsynth possuem os padrões de referência para os princípios ativos e para suas impurezas utilizados em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), incluindo o padrão de referência da dapagliflozina. Quer saber mais? Fale conosco!

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