Normativas vigentes no Brasil relacionadas a estudo de validação analítica

validação analítica

A validação analítica é um processo crucial para garantir a confiabilidade e a qualidade dos resultados em análises químicas, farmacêuticas e biológicas. 

No Brasil, diversas normativas regulam e orientam a condução de estudos de validação analítica em diferentes setores. 

Hoje falaremos sobre as principais normativas vigentes no país relacionadas a esse tema, abordando sua importância, escopo e impacto nas práticas laboratoriais e na indústria.

O artigo examinará as diretrizes estabelecidas por órgãos reguladores como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) e outros organismos relevantes. 

Além disso, discutirá como essas normativas se alinham com padrões internacionais e atendem às necessidades específicas do contexto brasileiro.

O que é validação analítica?

A validação analítica é um processo crítico para garantir a confiabilidade e precisão dos métodos analíticos utilizados na indústria farmacêutica, química, alimentícia e outras. No Brasil, as normativas e Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC) vigentes para a validação analítica são estabelecidas principalmente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). 

Principais diretrizes e RDCs relacionadas à validação analítica

1. RDC 166/2017

A RDC 166/2017, publicada pela ANVISA, estabelece critérios e procedimentos para a validação de métodos analíticos utilizados no controle de qualidade de medicamentos. Esta RDC é uma das mais relevantes no contexto da validação analítica e abrange diversas áreas. 

A RDC 166/2017 aplica-se a métodos analíticos que são utilizados para garantir a qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos, abrangendo desde a matéria-prima até o produto acabado. A resolução define claramente os parâmetros que devem ser avaliados durante a validação de um método analítico. 

Esses parâmetros incluem:

  • Precisão: avaliação da reprodutibilidade dos resultados em condições variáveis;
  • Exatidão: medida da proximidade entre os resultados obtidos e o valor verdadeiro ou aceito;
  • Especificidade: capacidade do método de medir com precisão o analito de interesse na presença de componentes como impurezas, degradantes e matriz; 
  • Limite de Detecção (LOD) e Limite de Quantificação (LOQ): determinação da menor quantidade de analito que pode ser detectada ou quantificada com precisão e exatidão;
  • Linearidade: avaliação da capacidade do método de proporcionar resultados diretamente proporcionais à concentração do analito; 
  • Faixa: intervalo entre as concentrações mínima e máxima do analito em que o método apresenta precisão, exatidão e linearidade adequadas; 
  • Robustez: capacidade do método de permanecer inalterado por pequenas variações nos parâmetros analíticos.

A RDC exige uma documentação detalhada do processo de validação, incluindo protocolos, relatórios de validação e registros dos resultados obtidos.

2. RDC 301/2019

A RDC 301/2019 é outra normativa importante que aborda as Boas Práticas de Fabricação (BPF) de medicamentos, incluindo a validação de métodos analíticos. Embora tenha um escopo mais amplo, esta RDC estabelece diretrizes que impactam diretamente a validação analítica. 

A RDC 301/2019 enfatiza a importância de um sistema robusto de qualidade farmacêutica, que inclui a validação de métodos analíticos como um componente essencial para garantir a qualidade dos produtos. A resolução define a necessidade de validação de processos e qualificação de equipamentos, ambos essenciais para assegurar que os métodos analíticos forneçam resultados confiáveis e consistentes.

3. Guias complementares

Além das RDCs, a ANVISA também publica guias complementares que fornecem orientações adicionais. 

A guia sobre a validação analítica fornece uma abordagem detalhada para a validação de métodos utilizados na análise de medicamentos, produtos biológicos e estudos bioanalíticos. Ele complementa a RDC 166/2017 ao fornecer exemplos práticos e recomendações específicas. 

Embora focado na estabilidade dos produtos, este guia também aborda a importância da validação dos métodos analíticos utilizados para testar a estabilidade dos produtos farmacêuticos.

4. Boas Práticas de Laboratório (BPL)

As Boas Práticas de Laboratório (BPL) são princípios que fornecem uma estrutura para o planejamento, realização, monitoramento, registro, arquivo e relatório de estudos de laboratório. No Brasil, as BPL são regulamentadas pela IN 16/2011. 

Embora não seja uma RDC, esta normativa é essencial para garantir que os laboratórios que conduzem estudos analíticos sigam padrões de qualidade reconhecidos internacionalmente.

Conformidade com as RDCs e guias da ANVISA 

A conformidade com as RDCs e guias da ANVISA é fundamental para a validação analítica no Brasil. Essas normativas garantem que os métodos analíticos sejam precisos, específicos e robustos, assegurando a qualidade e segurança dos produtos. 

A RDC 166/2017 e a RDC 301/2019, juntamente com os guias complementares, fornecem uma base sólida para a validação de métodos analíticos, promovendo a confiança nos resultados e a conformidade com os requisitos regulatórios. A adesão a essas diretrizes é crucial para o sucesso das operações laboratoriais e a garantia da saúde pública.

Você trabalha com validação analítica ou tem curiosidade sobre o tema? Compartilhe sua experiência ou dúvidas nos comentários! Vamos trocar conhecimento e fortalecer nossa comunidade científica! 

Utilizamos seus dados para analisar e personalizar nossos conteúdos e anúncios durante a sua navegação em nosso site e em serviços de terceiros parceiros. Ao navegar pelo nosso site, você autoriza a Modum Tech a coletar tais informações e utilizá-las para estas finalidades. Em caso de dúvidas, acesse nossa Política de Privacidade.