Nitrosaminas em medicamentos: orientações para controle

O que são nitrosaminas

A Anvisa criou, em 2020, um um programa específico para investigações aprofundadas sobre a presença de impurezas do tipo nitrosaminas em insumos farmacêuticos ativos e fármacos. 

O Programa Especial de Monitoramento de Nitrosaminas em Medicamentos começou em setembro de 2020, em parceria com o Instituto Nacional de Controle de Qualidade (INCQS/FioCruz). 

O objetivo é proteger a saúde pública e garantir a segurança de medicamentos para uso humano, uma vez que após a detecção de nitrosaminas em medicamentos foi gerado um alerta global sobre ser potencialmente carcinogênico para humanos.  

Que tal saber mais sobre esses compostos orgânicos e descobrir qual o padrão de referência para detectar nitrosaminas? Continue a leitura!

O que são nitrosaminas?

Nitrosaminas são compostos orgânicos derivados de aminas secundárias caracterizadas pela presença do grupo N-nitroso em suas estruturas químicas, podendo ser estruturas alifáticas ou aromáticas. 

Esses compostos são formados a partir da reação de uma amina secundária ou terciária com o ácido nitroso, sendo estudados há anos devido aos potenciais riscos tóxicos que apresentam para várias espécies de animais. 

Os principais precursores das nitrosaminas são os nitritos e as aminas secundárias, sendo que esses compostos estão presentes em vários produtos como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos, os quais estando dentro dos seus limites de aceitação, oferecem e representam baixos riscos de agravo à saúde. 

Descoberta de nitrosaminas em medicamentos

As nitrosaminas foram identificadas pela primeira vez em medicamentos utilizados para o tratamento da hipertensão arterial, conhecidos como “sartanas”. 

O primeiro composto detectado foi a N-nitrosodimetilamina (NDMA) em medicamentos que tinham como princípio ativo a valsartana. 

Logo depois, outros compostos foram identificados nos outros medicamentos dessa classe contendo candesartana, losartana, olmesartana e irbesartana, como o N-nitrosodietilamina (NDEA), N-nitrosodiisopropilamina (NDIPA) e ácido N-nitroso—N-metil-4-aminobutírico (NMBA). 

Após a primeira descoberta das impurezas de nitrosaminas nesses medicamentos, houve o recolhimento de todos os lotes que tiveram a presença desses compostos confirmados. 

A seguir houve uma grande revisão regulatória aconteceu envolvendo a ANVISA, o FDA (agência regulatória dos Estados Unidos), EMA (agência regulatória da União Europeia), agências regulatórias da América Latina, entre outros, com o objetivo de identificar e monitorar novas impurezas que pudessem estar nos Produtos Farmacêuticos Ativos (IFAs) ou no produto acabado.

Impurezas de nitrosaminas

Uma impureza farmacêutica é classificada como qualquer outro componente presente no produto farmacêutico, que não seja o IFA nem os seus excipientes. 

Impurezas de nitrosaminas já foram encontrados em outros medicamentos, como na ranitidina e nizatidina, que são fármacos que atuam nos receptores H2 da histamina, utilizados no tratamento de úlceras gástricas, além de esofagites causadas por refluxo; e metformina, medicamento bastante utilizado pela população que possui diabetes do tipo 2.

O que orienta a RDC 283

A RDC 283, de 17 de maio de 2019 é direcionada a investigação, controle e eliminação das impurezas de nitrosaminas com potencial carcinogênico, a partir de normas que devem ser aplicadas no processo produtivo de medicamentos. 

A RDC trata das impurezas NDMA, NDEA, NDIPA, NMBA e NEIPA, contudo, outras impurezas de nitrosaminas também devem ser monitoradas.

A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer classificou várias impurezas de nitrosaminas baseados na sua potencialidade carcinogênica nos humanos. 

A classificação é separada por grupos: 

  • Grupo 1: neste grupo estão as nitrosaminas “carcinogênicas para humanos”, as quais já possuem evidências suficientes para saber sua toxicidade; 
  • Grupo 2A: no grupo 2A estão as nitrosaminas “prováveis carcinogênicas”, as quais possuem evidências limitadas em humanos, contudo, evidências suficientes em experimentos com animais;
  • Grupo 2B: no grupo 2B estão agrupadas as nitrosaminas “possíveis carcinogênicas”, pois possuem estudos limitados tanto em humanos quanto em animais;
  • Grupo 3: no grupo 3 estão os compostos “sem classificação quanto sua carcinogenicidade”, as quais não possuem dados suficientes quanto ao seu potencial carcinogênico tanto em humanos quanto em animais.

A presença desses compostos em medicamentos associado ao seu potencial tóxico torna necessário que se tenha um controle e monitoramento a partir de metodologias analíticas que permitam sua quantificação. 

Vários métodos analíticos foram desenvolvidos e validados com a finalidade de quantificar as nitrosaminas em amostras, principalmente em quantidades traços. 

Os mais utilizados, por fornecerem alta sensibilidade são: Espectrometria de Massas de Alta Resolução (HRMS), Cromatografia Gasosa acoplado a espectrometria de massas (CG-MS) e Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplado a espectrometria de massas (LC-MS).

Causas para a presença de impurezas de nitrosaminas em IFAs ou medicamentos

Algumas causas de presença de impurezas de nitrosaminas nos IFAs e/ou medicamentos são:

  • degradação do fármaco por fatores químicos e/ou físicos;
  • matéria-prima e/ou composto de partida de síntese do fármaco contaminado;
  • processo de contaminação cruzada entre dois processos de fabricação;
  • utilização de solventes e catalisadores na produção do medicamento que favoreça a formação de nitrosaminas ou solventes contaminados;
  • reação entre excipiente ou fármaco com a embalagem primária do medicamento.

Padrão de referência para detectar nitrosaminas

A Modum Tech disponibiliza o padrão de referência para detectar N-nitrosodimetilamina (NDMA) em medicamentos e substâncias. 

Essa solução analítica de qualidade é essencial para a análise de medicamentos quanto à possível presença de nitrosaminas. 

Caso precise  de mais informações ou de um orçamento, fale conosco!

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