Você sabe por que são importantes os cuidados com solventes na cromatografia líquida? Por que a qualidade desses elementos pode influenciar nas análises cromatográficas.
Dessa forma, é de extrema importância que se dê a atenção devida aos solventes e outros aditivos usados na cromatografia líquida, pois isso garante que a análise seja bem-sucedida, sem interferências no desenvolvimento e na robustez do método analítico.
Então, aqui vão as primeiras dicas: trabalhar com solventes livres de contaminantes e de materiais particulados, e sempre escolher fornecedores e fabricantes de confiança, como a Modum Tech e sua parceira Clearsynth.
Agora vamos saber mais!
A cromatografia líquida
O princípio da técnica da cromatografia líquida é a separação de compostos presentes em determinada mistura, baseado na migração a partir de duas fases que são imiscíveis entre si (fase móvel e fase estacionária), mas que possuem determinada afinada com cada substância de interesse.
A cromatografia líquida é classificada em clássica e de alta eficiência, onde na clássica é utilizada uma coluna de vidro aberta, contendo o recheio (material adsorvente) e na cromatografia líquida de alta eficiência a coluna é um material feito de aço inoxidável contendo em seu interior partículas porosas, esféricas e de diâmetros bem reduzidos.
Apesar disso, a fase móvel, em ambas as técnicas, consiste em um ou a mistura de solventes que sejam capazes de carregar o analito pelo sistema cromatográfico, levando até a coluna (para que seja realizado a interação com a fase estacionária e assim gerar devida separação) e posterior ao detector, no caso de cromatografia líquida de alta eficiência, que possui instrumentação já com detector acoplado.
Quais cuidados com solventes na cromatografia líquida devem ser observados?
Como mencionado anteriormente, a fase móvel é um líquido, ou a mistura de dois solventes, por isso, que permitem a eluição dos analitos de uma mistura, cada um com tempo de retenção e resolução adequada.
Sendo assim, é importante os cuidados com solventes na cromatografia líquida. O que se deve observar:
- que a qualidade dos solventes utilizados na preparação das fases móveis seja sempre avaliada;
- devem possuir pureza adequada (preferencialmente grau HPLC);
- ser livres de partículas, principalmente pelo fato de poder causar algum entupimento no equipamento cromatográfico.
Ao preparar a fase móvel, é essencial que haja uma filtração à vácuo dos solventes e que a técnica de remoção de bolhas de ar sejam realizadas, como por exemplo, deixar os frascos dos solventes por determinado tempo em aparelho de ultrassom.
A fase móvel de uma metodologia de cromatografia líquida de alta eficiência, principalmente quando se utiliza a técnica de fase reversa, é composta por um solvente orgânico e um solvente aquoso.
O solvente aquoso comumente utilizado é água ultrapurificada ou uma solução-tampão, enquanto os solventes orgânicos mais utilizados nas análises são metanol e acetonitrila, cada um apresentando vantagens e desvantagens da sua utilização em uma análise.
O grau de pureza é a especificação mais importante que deve ser levado em consideração na utilização de qualquer solvente que vá entrar no sistema cromatográfico, ou seja, os solventes adequados devem ser utilizados em ambientação de vidrarias utilizadas, preparação de amostras e fase móvel e lavagem de colunas.
Danos que podem ser gerados no HPLC pelo uso de solventes de má qualidade
Alguns dos problemas que podem ser gerados pela utilização de solventes de baixa qualidade em seu cromatógrafo líquido são:
- Entupimento: solventes que não possuam grau de pureza elevado, podem conter pequenas partículas em seu interior ou ainda pode interagir com outros solventes e causar algum precipitado, que ao entrar em contato com o equipamento pode causar o entupimento dos canais;
- Variação de pressão: quando há excessivas variações de pressão durante as análises cromatográficas, os resultados não podem ser considerados de qualidade, uma vez que essa pressão variável vai influenciar no tempo de retenção de vários analitos, e consequentemente pode gerar problemas na identificação de determinados analitos de interesse;
- Diminuição na vida útil da coluna: Assim como na situação do entupimento, partículas que podem estar presente em solventes de qualidade duvidosa, ou formadas a partir de interações químicas (até mesmo em interação com sílica) vão causar uma diminuição na vida útil da coluna, decorrente da deterioração/degradação das partículas da fase estacionária;
- Aparecimento de picos duvidosos: se determinado solvente não contém pureza de >99%, podemos deduzir que nele pode haver outras substâncias, por isso, com seu uso, picos fantasmas podem aparecer no cromatograma, picos que não são do interesse do analista e vão interferir na confiabilidade dos resultados obtidos;
- Afetam a sensibilidade do método: pois podem atrapalhar a correta detectibilidade do detector utilizado, e ainda, detectores que possuem uma maior sensibilidade, por exemplo, detectores de massas, podem ser afetados pela não pureza dos solventes e assim causar uma danificação no detector.
Além disso, o pH dos solventes também deve ser verificado, principalmente quando utilizados em fase móvel tampão, visto que temos alguns tipos de colunas (dependendo do fabricante) não possuem capacidade de aguentar uma faixa ampla de pH, o que consequentemente pode levar a sua danificação e assim, diminuir a sua vida útil.
Sendo assim, antes de iniciar uma análise cromatográfica, verifique a procedência dos solventes utilizados, a partir de verificação e laudos técnicos e garanta que eles tenham grau HPLC de pureza.
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